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sábado, 13 de janeiro de 2018

A viagem da índia

Era tempo de lua azul.
Duas luas cheias marcam o ciclo.
O odor das especiarias de sua pele o despertam
Comanda os tempos e acções.

Seduz de maneira contida, mas voraz são seus instintos, o desejo deve ser satisfeito nos pensamentos, a brisa dos tempos que os ligam deve ser degustada no prato quente do conforto da mente.

Ela o saboreia sem ver... A humidade dos odores especiais... O corpo que o envolve tem sede das cores que a penetram... Marca o ritmo selvagem de sua essência, aprisionado e refém, ele perde seus centímetros para aquela boca suculenta...

O arrepio sentido mostra o caminho certo, aconchego de eras, sintonia no beijo, ou mais uma surpresa, corpos que se guiam, sem lugar certo, em qualquer lugar, a loucura pode ser feita.

Ela estica os seus braços, comanda os desejos, se liberta e sente as energias do poder que tem... Cabelos soltos percorrem a pele dele que se deixa aprisionar, ela o encontrou, ele sabe que deve ser assim... Despertou nela esta sede, o sorriso nela quer mais... Suas mãos desenham em passeio no corpo dele, toques subtis de vontades remotas... Num instinto de caça o faz presa...

Fica presa naquele viciante movimento dos tempos que colocam o corpo dele dentro dela.

A sintonia não podia ser mais perfeita agora, tudo faz sentido nos sentidos, ela adora aqueles dedos em sua pele, como na viagem da índia...

A lucidez entorpecente da união dos odores despertam neles os caminhos novos dos tempos, caminham juntos e em paralelo...

Sem se tocar se sentem...
Falam com a mente...
Mente que não mente.
O que a gente sente.

O encontro é fugaz.
Mas já não sou rapaz.
Você traz a paz.
E nada a desfaz

Quer ser domada.
Domar e amada.
Se sente encantada.
Como pode ser assim tocada.

Em todas as suas viagens.
Da terra a outros mundos.
A semente que brotou no momento.
Na viagem da índia.